quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vento de Agosto


Sopra vento, sopra vento!

Vento do mês de Agosto

Leva pra longe, muito longe meu desgosto...

Ó vento dos confins do mundo!

Tens o eco das montanhas

À noite bates surdo nas janelas

Açoitas meus segredos distantes
Arrastas o pó dos séculos e jogas por terra os sonhos dos homens...
Sopra vento, sopra vento...
.Claude Monet (Mulher com sombrinha-1875)
Ana Coeli

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Solidão

Seu olhar se perde na paisagem deserta
Tão triste, tão cinza
Tão ela mesma...
Há um inquietante silêncio na natureza
Os dias passam, passam...
Seu velho relógio marca o compasso da vida.
Em sua letargia
Gira a ampulheta do tempo
Se desfaz em sua areia...
No hiato do tempo
Mora a solidão
Ana Coeli
Autômata (Obra Realista, Ewduard Hopper,1927)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A bela Maya

   Minha bela, mais que bela gatinha Maya se foi, Hoje cedo ao abrir a porta à visão foi chocante, me deparei com seu corpinho estendido no chão. De inicio pensei que ela estivesse dormindo, ainda cheguei a chamá-la, mais logo vi que algo não estava bem pois a mesma não se mexeu. Naquele instante meu coração gelou, quando cheguei mais perto não quis acreditar.   Minha linda Maya (que veio do caminho das Índias) como gostava de falar, em virtude dos seus belos olhos que pareciam pintados de cajal preto, daí a origem do seu nome, estava sem vida.
   Nasceu em minha casa, filha da Flor de uma barriga de quatro filhotes, desde pequenina foi muito paparicada e amada por todos de casa, tinha pouco mais de um ano, raramente miava,  toda ela era a própria doçura, tinha seus lugares secretos e favoritos para dormir como: dentro de um jarro vazio ou no porta revista.
   O mais triste e que me deixou indignada com sensação de revolta e imensa dor, foi constatar que aquela criatura tão amorosa e inofensiva, foi vitima de um dos atos mais cruéis e covardes do ser humano.
    Minha doce Maya comeu inocentemente algo preparado pelas mãos da maldade humana, de um coração sem alma. Hoje, minha dor se mistura com um sentimento de vergonha, saber que tantos que nos rodeiam são tão egocêntricos e que não se fazem dignos deste belo e sagrado planeta em que estamos passando nesta vida. Tantos que plantam a indiferença em seu coração e maltratam os nossos mais puros irmãos que são os animais. Hoje, meu coração, todo o meu ser, chora e pede perdão a Maya, a Jade, Fumaça, Sininho, Kiko...   A todos os animais que se foram vítimas deste monstruoso e covarde ato. Perdão, pelos que não tiveram olhos de ver e o privilégio de conviver com uma das mais belas e puras formas de amor, ao excluir os animais de sua vida.
   No silêncio da minha dor, recito  o mantra sagrado budista de AMOR E COMPAIXÃO A TODOS OS SERES
CIENTES E SENCIENTES...  Que este sagrado mantra seja levado aos ventos aos mais distantes lugares da terra como BANDEIRINHAS DE ORAÇÃO E FLUTUE NOS CORAÇÕES DOS HOMENS de tão pouca ética e consciência... Perdão, minha bela Maya que veio das Índias, para encher meu coração de alegria e me ensinar à humildade e compaixão.

Ana Coeli