quinta-feira, 16 de maio de 2013

O amor


 


O dia vem chegando devagar  
O sol desponta lá no céu
Caminho de ouro, luz de mel
Um rastro claro de poder
O mar o azul do céu
Navego para te encontrar
Respiro fundo em te querer
Espelho imagem de você
Senti tua luz em mim
O amor
O amor enfim...




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Dia de feira em Pocinhos



Dia de feira, badaladas do sino da matriz, frenesi na praça
barracas, bode, cabras, galinhas
Caminhão, pau- de- arara, burrinhos de cangalha, fardos de agave, bicicletas, difusora, caixeiros- viajantes, camelôs, tropel de animais, estalido do chicote, cantadores, emboladores de coco, matutos, beradeiros, candangos de motor de agave. Os homens se reuniam em rodas, empestavam o ar fumando seus cachimbos e cigarros pé de burro, com trejeitos simples, cuspiam de lado, falavam alto, pru mode, pru via, em riba, ontonce, vosmicê, fulô, dixe, sumana, bulir.
A praça fervia... Sinfonia de sons e aromas, caleidoscópio de cores que hipnotizavam matutos e beradeiros, aqui e ali, o preto do luto.
Óleo de coco, leite- de-rosas, brilhantina
fazenda de chita para o mais florido vestido

Naquele dia especial, tudo era arranjado e sacramentado com a missa; batizados, casamentos, namoro, noivado e até extrema unção. Dia de encontrar as comadres, amigos e parentes, namorar moça bonita de saia rodada, sobrinha colorida, batom vermelho, rougue nas faces e pó de arroz

Mas a menina se encantava, só tinha olhos para aquela humilde mulher franzina sentada no chão, com pequenos retalhos coloridos ela tecia  e logo de suas mãos mágicas surgia, a mais linda e singela boneca de pano.