Dia de feira, badaladas
do sino da matriz, frenesi na praça
barracas, bode, cabras,
galinhas
Caminhão, pau- de-
arara, burrinhos de cangalha, fardos de agave, bicicletas, difusora, caixeiros- viajantes, camelôs, tropel de animais, estalido do chicote, cantadores, emboladores
de coco, matutos, beradeiros, candangos de motor de agave. Os homens se
reuniam em rodas, empestavam o ar fumando seus cachimbos e cigarros pé de burro,
com trejeitos simples, cuspiam de lado, falavam alto, pru mode, pru via, em riba,
ontonce, vosmicê, fulô, dixe, sumana, bulir.
A praça fervia... Sinfonia
de sons e aromas, caleidoscópio de cores que hipnotizavam matutos e beradeiros, aqui
e ali, o preto do luto.
Óleo de coco, leite- de-rosas,
brilhantina
fazenda de chita para o
mais florido vestido
Naquele dia especial, tudo era arranjado e sacramentado com a missa; batizados, casamentos, namoro,
noivado e até extrema unção. Dia de encontrar as comadres, amigos e parentes,
namorar moça bonita de saia rodada, sobrinha colorida, batom vermelho, rougue
nas faces e pó de arroz
Mas a menina se encantava, só tinha olhos para aquela humilde mulher franzina sentada no chão, com pequenos retalhos coloridos ela tecia e logo de suas mãos mágicas surgia, a mais linda e singela boneca de pano.