quinta-feira, 18 de julho de 2013

Damasco




Cândido Portinari

Damasco... Damasco..
Era uma seda vermelha de veludo
Os olhinhos da menina, encheram-se de espanto!
De que reino ou conto de fadas existia algo assim, tão belo! Tão precioso! Tão raro! Seria  do reino da pérsia?
Ou teria vindo do“ caminhos das Índias?”
O mundo já não era cinza e pálido...
O mundo era... Vermelho damasco!
Nunca! Nunca toda em sua vida, ela iria esquecer, as cortinas vermelhas de veludo damasco que sua mãe fez!
As cortinas de damasco, coloriram as janelas da sua casa naquelas manhãs de sol, suas sombras dançantes deslizavam nas paredes formando belos reflexos vermelhos, encantado para sempre sua alma de luz e magia, naqueles dias de sonhos, da doce e distante  infância...
Nunca mais em toda sua vida, ela iria esquecer.
As cortinas vermelhas de veludo damasco...