quinta-feira, 18 de julho de 2013

Damasco




Cândido Portinari

Damasco... Damasco..
Era uma seda vermelha de veludo
Os olhinhos da menina, encheram-se de espanto!
De que reino ou conto de fadas existia algo assim, tão belo! Tão precioso! Tão raro! Seria  do reino da pérsia?
Ou teria vindo do“ caminhos das Índias?”
O mundo já não era cinza e pálido...
O mundo era... Vermelho damasco!
Nunca! Nunca toda em sua vida, ela iria esquecer, as cortinas vermelhas de veludo damasco que sua mãe fez!
As cortinas de damasco, coloriram as janelas da sua casa naquelas manhãs de sol, suas sombras dançantes deslizavam nas paredes formando belos reflexos vermelhos, encantado para sempre sua alma de luz e magia, naqueles dias de sonhos, da doce e distante  infância...
Nunca mais em toda sua vida, ela iria esquecer.
As cortinas vermelhas de veludo damasco... 

5 comentários:

  1. De repente outro mundo surgiu aos olhos de uma criança. Um mundo desconhecido, de cores brilhantes como em um conto de fadas.Para quem conhecia até aquele momento a cor cinza da tristeza, da dor e da saudade, o vermelho aveludado, com cheiro de damasco encheu-lhe os olhos de brilho e deu-lhe esperança de uma vida melhor. O momento mágico ficaria gravado para sempre na memória e toda vez que sentisse o cheiro do damasco e visse aquela cor cintilante lembraria com saudades do tempo de criança e da pessoa que plantou a flor em botão nos verdes ramos da existência!

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  2. Belo texto escrito com muita sensibilidade. Parabéns!
    bj

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  3. Bela descrição, faz viajar e sentir mesmo quem não viveu. Agora entendo o nome do blog, realmente Damasco sempre lembra veludo e a cor é muito bonita. Parabéns.

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  4. Brilhante, Ana. Adorei. Saudades está do seu espaço. Voltei. Um abraço...

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