Mais uma vez, ela corre para a janela em silêncio, olha o sol que estende seus últimos raios de tons avermelhados a se despedir de mais um dia de fim de verão e Outono que já se evidencia com suas luzes e matizes únicos da estação, bem próximo do equinócio quando seu dia e noite quase já se igualam, contribuindo para que toda a natureza em seu grandioso mistério se prepare para frutificar.
De repente, há um surdo e inquietante movimento, tudo a volta parece vibrar, pássaros apressados voam em busca dos seus ninhos e rotas.
As cigarras acordam de seu longo sono subterrâneo para em uníssono cantar em seu misterioso e sonoro canto da terra, seres da noite esperam os últimos raios e abrem suas asas em voos frenéticos na tarde morna de Outono.
Quando o lusco-fusco enfim toma conta do espaço, há um breve e melancólico silêncio, momento solene, hora sagrada, hora do Anjo... da Ave Maria...
Quando mais uma vez seus olhos fitam o horizonte, vê no céu o radiante brilho da estrela Dalva e com ela o manto negro da noite bordado de estrelas... A noite subitamente se fez.
Ana Coeli
Mesclas de matizes sob um lusco fusco em sopro de brisa de outono, aconchego do silêncio, bela poesia Ana, profunda, abraços.
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