terça-feira, 12 de abril de 2011

Longa Estrada






Longa é a estrada da vida
Caminhos...
Retas paralelas que me conduzem ao infinito
Ora estreitos e sinuosos
Pedras, curvas, espaços vazios
Buracos negros...
Pontes que me arremessam a outra margem
Montanhas a escalar
Ladeiras a despencar
Setas a seguir em frente...
Sinais que me acordam os sentidos
Pare, Olhe , Escute.

Ana Coeli






























quarta-feira, 6 de abril de 2011

Luzes de Outono





Mais uma vez, ela corre para a janela em silêncio, olha o sol que estende seus últimos raios de tons avermelhados a se despedir de mais um dia de fim de verão e Outono que já se evidencia com suas luzes e matizes únicos da estação, bem próximo do equinócio quando seu dia e noite quase já se igualam, contribuindo para que toda a natureza em seu grandioso mistério se prepare para frutificar.
De repente, há um surdo e inquietante movimento, tudo a volta parece vibrar, pássaros apressados voam em busca dos seus ninhos e rotas.
As cigarras acordam de seu longo sono subterrâneo para em uníssono cantar em seu misterioso e sonoro canto da terra, seres da noite esperam os últimos raios e abrem suas asas em voos frenéticos na tarde morna de Outono.
Quando o lusco-fusco enfim toma conta do espaço, há um breve e melancólico silêncio, momento solene, hora sagrada, hora do Anjo... da Ave Maria...
Quando mais uma vez seus olhos fitam o horizonte, vê no céu o radiante brilho da estrela Dalva e com ela o manto negro da noite bordado de estrelas... A noite subitamente se fez.

Ana Coeli




















quarta-feira, 23 de março de 2011

Vestido Azul...




Como nos contos de fada, também tive um lindo e precioso vestido azul do mais fino e belo papel crepom. Na Rua que morava havia uma família que estava organizando um pastoril, eu pequenina que era fui escolhida para ser a borboleta da dança, lembro que nos primeiros ensaios fiquei muito acanhada, pois tinha que recitar uma pequena poesia. "Sou bem pequenina do tamanho do tostão, levo papai no bolso e mamãe no coração, o bolso se rasgou e papai caiu no chão, mamãe que era doce ficou para sempre no coração” bem, era mais ou menos isso! Com a freqüência dos ensaios logo estava bem desinibida e dançava feliz a saltitar tal qual a própria borboleta.
Mamãe que adorava costurar e com mãos de fada, logo começou a fazer o vestido para a grande noite da apresentação, Com maestria e dedicação, tiras de papel de tamanhos e formatos diferentes foram se transformando em laços e babados arrematados com o fino e mágico pó de purpurina prata. Na primeira prova, foi um momento difícil e delicado, pois não podia se mexer para não correr o risco de rasgar e por tudo a perder. Lembro que levou vários dias para que ficasse pronto e das dificuldades que minha mãe se queixava por costurar em papel. Eu como sempre, me deliciava com as costuras, não saia do pé da máquina atenta a todos os detalhes, até vê finalmente pronto o tão esperado vestido. Foi assim naquela encantada noite perdida no tempo, com o coração a bater forte no peito e olhos de ver, metamorfose se fez na mais linda borboleta azul com purpurina nas diáfanas asas. Cantei...

... Dancei... E no veludo negro da noite, alcei vôo rumo às estrelas.


Somos pastoras, pastorinhas belas...,






Ana Coeli








domingo, 13 de março de 2011

Japa Mala


Japa Mala ...Espírito e Matéria!
Cordão de cento e oito contas
Tasbi dos Maometanos
Rosário dos Cristãos
Corrente de Energia...
Mandala de Luz
Deslizam suavemente em meus dedos, murmúrios de sons sagrados
Tesouro de todos os Mestres, Sábios e Santos.
Presente nos quatro cantos da Terra...
Contas de sandâlo que me elevam ao monte Meru!
Ecoa pelo tempo...Vibram no Espaço..
Sopram com o vento Leste..
O sagrado Mantra...  OM Mani Padme Hum...

Ana Coeli

quinta-feira, 3 de março de 2011

Mar Azul

[sem+título.bmp] 

O Gigante se Aproxima
Meus olhos se enchem de Mar...Imensidão Azul... 
Azul Marinho
Azul Celeste
Azul Anil
Azul Indigo
Azul Turquesa
Azul Piscina
Azul  Chatre
Azul  Paul Klee
Azul Céu Portinari 
Vida  Azul...Na Casa Azul...

Ana Coeli


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Noite Do Meu Bem...


A noite do meu Bem, foi uma das mais belas canções que me recordo de ter escutado quando criança, ou seja, prestado atenção em sua letra e canção. Lembro que há muito tempo atrás quando era bem pequena mesmo, por volta de uns cinco anos, meu tio José, que na época era um rapaz solteiro, moreno e um verdadeiro galã para as moças de então. De certo, imagino eu, que  estava no auge da paixão e romantismo por sua namorada Iady( Hoje esposa com filhos e netos)
Todas as noites após o jantar ele tinha um verdadeiro ritual, sentava-se em um dos sofá, recostava a cabeça no espaldar da cadeira, na simples, pequena, mais bem aconchegante  sala de visita, com suas três poltronas estilo Luís XV  e cortinas de damasco vermelha que adornava o janelão principal que dava para a rua.
Dai então, começava a cantoria com as canções da moda na época, lembro de sua voz grave e muito bonita a embalar o silêncio das noites escuras. Digo escuras! Pois naquela época não havia chegado a luz eletrica e toda a iluminação era feita com os belos e românticos candeeiros a gás.
Foi então naquelas noites escuras, com a bruxuleante luz a se derramar por toda a sala,quando o poder mágico da música acordou suas notas em mim para sempre, ao ouvir "A Noite do Meu Bem," entoada pela bela voz do meu tio, com sua linda canção, profunda e tocante poesia.  Até hoje, me recordo da sensação de paz, de algo muito além do tempo ao escutá-la, algo como: Que verdadeiramente, as crianças  estão em paz dormindo, ao abandono de flores se abrindo... com a primeira estrela que vier com seu rastro de luz e com ela a alegria de um barco voltando... a ternura de mãos se encontrando...  com amor profundo e toda a beleza do mundo.
"Hoje eu quero a rosa mais linda que houver..."


( Dedico com carinho este post em homenagem ao meu tio José ,pela doce lembrança)


"Noite Do Meu Bem"( Letra e Música de Dolores Duran- 1959)
Ana Coeli